O desenho como representação pode ser considerado uma das primeiras manifestações humanas: imaginar, planejar e registrar uma ideia. O desenho como registro gráfico é a expressão de algo que nos impressionou, seja esse algo realidade ou imaginação, o desejo de comunicar essa impressão para além do próprio gesto ou da comunicação oral.

A evolução do desenho acompanha a evolução humana, de simples registro a desejo e projeto, a mão humana foi capaz de registrar nossa história ao longo dos anos, desenhando ferramentas e utensílios que nos trouxeram ao digital. Mas ainda é no desenho à mão que a expressão é mais autêntica.

Desenho de observação, memórias, registros de viagens, desejos futuros, projetos! Poucos fraços, muitos detalhes, com cor, sem cor. Às vezes por encomenda, outras, por puro deleite. Lápis, caneta, pincel, cada detalhe funciona como um diálogo entre a mão e a mente. Cada um desenvolve seu caminho, seu traço, sua técnica e seu gosto pessoal.

A curadoria procurou abranger diversos temas e técnicas embora sabendo que o assunto é muito vasto para caber num único espaço. A ideia central é desmistificar a questão de “saber desenhar”, abrindo perspectivas de conhecimento e prática através das visitas monitoradas, vivências e oficinas entre público, educadores e artistas.

O desenho, por sua simplicidade, faz a aproximação do público com o fazer artístico, transformando a galeria num espaço essencialmente democrático.


Beá Meira

Nasceu em São Paulo e é formada pela FAU – USP em 1985. Professora da disciplina de Arte no Colégio Logos, em São Paulo. Professora Assistente na Faculdade de Arquitetura da Universidade Católica de Santos, na disciplina de plástica da Arquitetura, de 1995 até 2004.

De 2010 a 2015 foi coordenadora pedagógica da Universidade das Quebradas, curso de Extensão da UFRJ voltado para os artistas da periferia. É autora de “Modernismo no Brasil, Panorama das artes visuais”, Editora Ática, 2006; “Arte do rupestre ao remix”, para o Ensino Médio, 2015; “Percursos da Arte” para Ensino Médio (PNLD), 2018, das coleções “Projeto Mosaico” (PNLD) e “Projeto Arte Corpo e Cidade, Planeta e Ancestralidade” para o Ensino Fundamental II, 2017, todos pela Editora Scipione. Em 2014 realizou o projeto “Garrafas ao Mar”, em processo coletivo, apresentado na exposição “Há escolas que são gaiolas e há escolas que são asas” no Museu de Arte do Rio – MAR. Realizou em 2009 a documentação gráfica, através do desenho, da escultura “Anthropodino”, de Ernesto Neto, Amory Hall, Nova York, EUA. Em 2003 teve exposição individual “Lugares Ligados” no Conjunto Cultural da Caixa – São Paulo, SP.

Minas, Amazônia. 2019.

DaniloZ

Danilo Bressiani Zamboni se formou arquiteto pela FAU-USP em 2010. Desde então trabalha como ilustrador no escritório de Isay Weinfeld, ilustrando também para outros arquitetos, decoradores e paisagistas, além de livros, jornais, revistas e histórias em quadrinhos.

Nudesenhos

Nudesenhos é um coletivo que nasceu em 2018 entre amantes de desenho. Certo dia resolvemos nos encontrar na casa de Lúcia Carvalho em São Paulo para desenhar corpos nus. E não paramos mais.
Juliano, Simone, Robson, Beth, Erika, Luana, Adriana, Pedro Paulo, Renata … são os modelos vivos profissionais que deram vida aos nossos desenhos. A cada um deles, dedicamos com profunda gratidão e admiração, a primeira exposição NUDESENHOS no Pavão Cultural.
Cada desenho aqui exposto revela um olhar e um jeito de expressar a beleza e a singularidade de corpos humanos que interagem conosco e nos instigam a desenhar.
Juntos, ao retratar curvas, cores e volumes de homens e mulheres compartilhamos de um tempo de conexão e sensibilidade raro.

Ana Guitián Ruiz | Beatriz Sayão | Guen Yokoyama | Irmgard Shanner | José Roberto Marinho Bueno | Lêda Brandão | Lúcia Carvalho | Solange Villanueva Renault.

PtBarreto

Paulo de Tarso Oliva Barreto (São Paulo, SP, 1960)
Professor, desenhista, gravador, curador. Mestre e Doutor em Artes pela ECA-USP, Arquiteto pela FAU-USP.
2002 – Professor no Centro Universitário SENAC – São Paulo. Exposições individuais:

2003 – “XV” (quinze anos de atividade)na Galeria Graphias – desenhos, gravuras e fotogravuras digitais – São Paulo – SP – Cadillacs e Outras Máquinas – Biblioteca Alceu de Amoroso Lima – desenhos – São Paulo – SP – Desenhos – Museu do Trabalho – Porto Alegre. RS;
2005 – ,Os Mano e as Mina – Museu do Trabalho – Porto Alegre, RS;
2004 – Gravuras – organizada pelo Museu do Trabalho no espaço Muffuletta – Porto Alegre,RS;
2012 -Os Sertões e Outras Linhas – MUBE – Museu Brasileiro de Escultura, São Paulo, SP; 2014 – Os Sertões e Outras Linhas – livro de desenhos editado e publicado pela Editora Senac a partir da tese de doutorado.
2015- apresenta a companhia do metrô uma rampa de acesso da plataforma ao carro que foi aperfeiçoada e adotada pelos mesmo.
2017- seu projeto roda amortecida LLCC percebeu mensão honrosa no 31 prêmio de design do museu da casa brasileira.

Quadrinhos

Mario Cau é formado em Artes Visuais pela Universidade Estadual de Campinas. Autor de Histórias em Quadrinhos e ilustrador, atuante no mercado editorial, independente, publicitário e didático. Iniciou sua carreira em 2004, e participou de diversos títulos e eventos no Brasil e exterior desde então.

Autor da série “Pieces” (“Pieces – Partes do Todo”, publicado pela Jupati Books) e da graphic novel “Morphine”. Co-autor das graphic novels “Montruário”, com Lucas Oda (Jupati Books, 2017), “Quando a noite fecha os olhos” com André Diniz, da webcomic “Terapia” (www.petisco.org/terapia), com Rob Gordon e Marina Kurcis, e da adaptação de “Dom Casmurro”, com roteiro de Felipe Greco.

Didi Mamushka

Didi sempre gostou de contar histórias, por isso, acabou se enveredando pelos livros ilustrados e quadrinhos, escrevendo e ilustrando “A semente rebelde”, “Plantação de Vidas”, “Cacos”, “A Princesa Passarinho” e “Enxerto”, quadrinho selecionado para suplente do Proac 2017 e obra indicada ao prêmio HQmix de melhor webcomic do ano de 2018. Sua mais nova obra é “Alice falava outra língua”, quadrinho que foi financiado pela plataforma Catarse e já está disponível para apreciação.

Silvia Bressiani

Arquiteta pela FAU‐USP, 1985. Trabalhou no desenvolvimento de projetos de arquitetura, programação visual, desenho de mobiliário, de objetos e expografia. Como artista visual, participou de diversas exposições coletivas e lançou o livro  “Contém de onde veio” com o registro de desenhos, pinturas e esculturas feitas a partir de elementos da natureza pelo PRONAC 10 12551
O desenho sempre esteve presente na minha vida,  tanto na atuação profissional quanto na forma de expressão artística.

UrbanSketchers

Com qual intensidade nos relacionamos com as cidades em que moramos? Palco dos maiores fluxos de pessoas, acontecimentos e transformações do mundo, as cidades se configuram em ambientes fundamentais para a compreensão de nossa história e cultura. Porém, com a velocidade da vida dos dias atuais, poucas são as pessoas que se aventuram a parar, observar e absorver o que as cidades têm para nos revelar. Em virtude disso, o coletivo global Urban Sketchers nasce e respira contrariando a rapidez da vida urbana, uma vez que sua missão é propiciar às pessoas, através da arte, estreitar sua relação e seus vínculos com as cidades. O Grupo Urban Sketchers de Campinas nasceu em 2018 e, alinhado com a comunidade mundial, tem como principal objetivo valorizar os espaços públicos e as pessoas através do desenho urbano.

Fernanda Bonon | Flavio Ricardo Melo | Letícia Lanza | Kleberson Moreth | Vivian Hackbart


Ficha Técnica

Desenho?
Curadoria: Mario Braga e Teresa Mas
Expografia e montagem: Pavão Arquitetura e Expografia Ltda
Desenho Gráfico e Programação Visual: Pavão Arquitetura e Expografia Ltda e Amanda Erler
Projeto Educativo: Paula Monterrey
Assistente Educativo: Laura de Melo Andare
Assessoria de Imprensa: Sammya Araujo
Fotos: Helio Carvalho, Mario Braga