A fotografia busca sempre busca um sentido permanente para suas imagens, mas alguns projetos relacionados podem fazer o caminho inverso. É o que mostra Alessandro Celante nesta exposição individual, realizada em conjunto com o Festival Hércule Florence. Com impressões em tecidos transparentes que se sobrepõem criando nova imagens dependendo da forma e ângulo que se olha, as instalações feitas por Celante propõem conciliar o sensível humano com as possibilidades que a fotografia oferece enquanto linguagem, questionando como a imagem pode trafegar em diversos meios, por diversos suportes e estabelecer novos diálogos.

Os sudários – os máscaras mortuárias – propostos pelo fotógrafo, foram produzidos de maneira pouco comum e são um convite à reflexão. O projeto nasceu em 2015 quando ele fazia sua monografia na pós-graduação e voluntários participaram de oficinas sensoriais nas quais ficavam imersos em uma banheira de gelo seco. Quando a pessoa fica imóvel nessa situação hostil, ela perde seus sentidos sensoriais – audição, tato olfato e paladar – seu rosto é fotografado e posteriormente impresso em linho, em vários tamanhos. “A ideia é dar um but sensorial para ser fotografado nesse momento hostil, levando a pessoa a repensar e rever sua relação com o mundo”, explica.

A exposição ficou em cartaz do dia 10 de agosto de 2023 até dia 22 de setembro do mesmo anoe